Eventos


Mar à Tona em Poesia 2013
A Sinfonia do Mar

Mar à Tona em Poesia 2012
Um Mar de Poemas
















Programa do Sarau de Agosto
Programa

1
Primeira Parte



Mesa constituída por:
J. Sepúlveda, Craveiro, Domingos,
Isabel e Carolina





Saudações e Apresentação do Blog
J. Sepúlveda




Mensagem de Sílvia de Mello
Fátima
 
Outras Mensagens Recebidas
Componentes da Mesa



3
Biografias dos componentes do grupo
  - Leitura de dois poemas por participante
J. Maria, Fátima e Amy

4

Momento Musical

Carlos Andrade
5
- Leitura de mais um poema por participante

6


7
Segunda parte


8
Momento Musical

9
Apresentação de dois poemas por pessoa
Lisa, Zé Carlos e Teresa
10


11
Terceira Parte


12
Mesa constituída por:
Autarquia, Editora, Abisague,
Sepúlveda e Helena




13
Alocução pelo representante da Autarquia

14
Saudação dos organizadores

15
Apresentação do Autor e Livro pela Editora

16
Leitura do Poema: Póvoa Feiticeira
Lisa Luís
17
Leitura de poema:
Isabel Simões
18
Idem
Domingos Barros
19
Idem
Fátima Veloso
20
Idem
Quim Lopes
21
Idem
Helena Duarte
22
Idem
Manuel Craveiro
23
Idem
Carolina Sá
24
Idem
José Maria Carneiro
25
Idem
Amy Dine
26
Palavras Finais e Autógrafos
Luis Abisague




Saudação Poética
Boa noite, boa gente.
Que se possam deleitar
Neste lugar atraente
Chamado Diana-Bar

Porque foi a poesia
Que nos trouxe a este cantinho,
Vos damos com alegria
Nossa amizade e carinho

Os vates da nossa terra
E de outras terras também
Chamamos para esta guerra
Que a poesia sustém

Saudamos com alegria
As vossas almas diletas
Porque escreveis poesia
Porque sabeis ser poetas

 Somos poetas poveiros
Ou adoptados. No fundo,
Procuramos, companheiros,
Cantar nossa Póvoa ao mundo

Pegamos papel e pena
Com amor e devoção,
Transformamos num poema
O que grita o coração

Se ao sair deste lugar
O fizer com alegria,
Felizes vamos ficar
Pois venceu a poesia

Quem Muito Jura …
Juraria,
Se jurar não fosse feio
Que, como nunca, adorava que o sol
Na aurora, me encontrasse no resguardo do lençol
No aconchego dos teus braços, do teu seio

 Juraria,
Se o jurar fosse erudito
Que foi por não me teres ainda cativado
Que, tal como me têm pintado
Fui de quando em vez um “D. Juanito”

Juraria,
Se me fizessem tais pedidos
Que nunca minhas mãos, meus dedos
Debaixo da tua “echarpe” … segredos!
Falaram tanto dos sentidos

 Juraria,
Se não fosse tal banal
Que nunca beijos tão doces
Por muito terna que tu fosses
Me fizeram tanto mal

Juraria,
NÃO! Agora juro mesmo, de verdade!
Que não quero mais gostar de ti
Que não sei quem és, nunca te vi.
Não mais te quero ver, nem ter saudade

JURO! JURO! JUUUUURO!!!
Mas, porque estou eu a gritar?
Como um qualquer tarado
Como um possesso, um demente!
Lá diz o velho ditado:
“Quem muito jura, muito mente”

José Maria Carneiro
Mannheim 24.11.0078


Aos Políticos e Afins

Se eu
Num repente
Vos olho do alto, indiferente
Armado em bom, extraterrestre, marcial …
Atirem-me com tomates, não faz mal!
Fora com o pedante!

Se eu
Num instante
Me mostro muito humilde, suplicante …
Fingido altruísta, irmão do seu igual,
Atirem-me com tomates, não faz mal!
Fora com o fingido!

E tu
Pela verdade
Peleja sempre meu amigo,
Não hesites! Faz o que te digo:
À vaidade, à falsidade e outras que tal
Atira sempre tomates, não faz mal
Fora com a hipocrisia!

E assim o mundo será melhor
Talvez… um dia!

José Maria Carneiro


Desejo-te Toda

Gosto de ti, toda!
Integral, completa!
Da cabeça aos pés, dos pés à cabeça

E, talvez por isso aconteça
Desejar fundir-me em ti, em ti fluir.
Perturba-se de tal modo meu sentir
Que, do meu corpo, em delírio tal
Não sei onde ele acaba e o teu começa …
E, por incrível que pareça
Quando me cinjo a ti
Não há um músculo, um nervo sensorial,
Que não se agite do seu letárgico estado
Desde o cabelo alado
Às unhas dos pés que crescem!
Todos os sentidos vibram, estremecem
Alastra em mim um desejo tal
Que perco a noção de quem sou, de quem tu és
Atingido, do Cupido, pela infalível seta

Dos pés à cabeça, da cabeça aos pés
Desejo-te toda
Integral, completa

José Maria Carneiro
Dez. 2007


Miragem
Levaste contigo
Meus longos abraços
Minhas alegria
Minhas mágoas
E meus cansaços
Levaste contigo
Um mar de paixão
De um azul intenso
Um rio dourado
De ternuras imenso
Apressado
Para encontrar seu mar
Levaste contigo lagos calmos
De desassossegos e lágrimas
Partiste…
Nem sequer um ultimo olhar
Agora, lá do alto me guardas
Eu sinto-te
Só miragens…
Resta-me sonhar.
Isabel Simões

Reboliços
Reboliços de Pensamento
Cruzam-se
Entrelaçam-se
Combinam-se
Ideais em sintonia
Ideais em harmonia
Ideais que se tocam
Por vezes se repudiam
Ideais que se atraem
Tudo se mistura
Juntam-se carinhos
Afeições
Pétalas de ilusões
Uns tantos sonhos
São fundamentais,
Bem sonhados
Lentamente
Batem-se ternuras em castelo
Tudo se envolve
Fica uma massa leve
Vai ao forno do coração
À temperatura da paixão
Proteger com prata
Para não queimar
Convém vigiar
Surge obra-prima
Vida
Nova vida
Para novo ciclo continuar
Novos reboliços se vão cruzar
Entrelaçar
Combinar
Infinitamente
Enquanto do mundo girar
Isabel Simões

Para Além do Azul
Há debaixo deste Azul
Tanta Luz e tanta Noite
Tanto Sol e tanto Frio
Tanto Abraço que sente arrepio
Porque Sonhos e Pesadelos
Navegam no mesmo Rio…

… mas para além do Azul
Já não há Norte nem Sul
Nem no Horizonte acaba o Mar
Os Sonhos tomam o rumo do Vento
E libertam-se para segredar
Ecos que se propagam
no Firmamento

Para além do Azul
Começa a Noite
Para além do Azul
Começa a Solidão …

Para além do Azul
Começa a Poesia
Fátima Veloso



Anda no Céu um Poeta…

- Quem pintou o Céu de violeta?
- Foi o Poeta, foi o Poeta! …
- E como chegou até lá acima
P´ra fazer tal obra-prima?
- Foi de avioneta, foi de avioneta.

- Senhor Poeta, que atitude tão ousada!
- Quem o trouxe até cá?
Quem o levou até lá?

- Foi a Imaginação atiçada, o Sonho, a Poesia …
- Diga antes que foi a Dona Fantasia,
Senhora de grande teimosia,
Habitante no País da Nuvens,
Que o coroou “Rei dos Homens” …
  - Assim é e eu sou o Poeta
Que pintou o Céu de violeta,
Acordou os anjos com uma corneta
E nele viajou de avioneta.

Se eu varresse as escadas
Se as escadas fossem ter ao Sol
Se o Sol rompesse as nuvens
Se as nuvens rasgassem o Céu
Se o Céu fosse infinito
Se o infinito tocasse o horizonte
Se no horizonte acabasse o mar
Se o mar coubesse no meu Sonho
Se o meu Sonho fosse navegar
Se navegar me levasse ao arco-íris
Se o arco-íris fosse um baloiço
Se o baloiço voasse sem parar
Se a paisagem fosse bela
Se eu fosse a Cinderela
Montava um cavalo alado
Que me levasse à estrela polar
Se a estrela polar fosse minha e tua
Também a lua
Caberia na nossa rua
Se a rua tivesse uma porta
Se a porta apanhasse chuva
Se a chuva molhasse a bola
Se a bola saltasse p’ra a minha mão
Se a minha mão tocasse no chão
Se no chão girasse um pião …
E eu pudesse brincar com o João…
Fátima Veloso


Deixa-me Rir

Deixa-me rir
Daquele que passa
Empertigado
Tão cheio de graça
Pensando que os outros
O vão adorar.

Deixa-me rir
Deste mundo infame
Carunchoso e podre
Prestes a ruir
E daqueles que pensam
Ter o poder nas mãos
Mas ocos, vazios,
Numa angústia atroz
Se passeiam ufanos
Espalhando a dor,
Destruindo famílias
Desprezando os velhos
Semeando desgraça
Fumentando rancor.

E, nesta vida,
De ilusão constante
Vou rir
Para não chorar
De tanta farsa
Tanta hipocrisia
Tantos corações
Prenhes de riqueza
Vazios de alegria
Passeando ufanos
Querendo mostrar
Tesouros acumulados
Mas sem nada,
Mesmo nada.
Para partilhar.
Carolina Sá


Meus Castelos de Areia
Meus castelos de areia construí
Neles, fui princesa…
Deles, fui escrava…
Sonhei!!!...
Queria histórias deslumbrantes!
Mas… que é deles?!...
Ruíram…
Pouco sobrou!...
Apenas lembranças…

Onde estão os meus sonhos?!
Onde ficou todo o carinho,
Todo o amor,
Toda a ternura,
Que neles depositei?!
Onde pairam as flores que plantei?!
O céu azul que eu pintei?!
Foram-se!...
Desfizeram-se!...
Só restam recordações!...
Nada mais!...

Eram lindos os meus castelos!
Oh! Como eram lindos!
Mas…
Só restam escombros!...
Só resta a saudade!...
E... uma forte vontade
De os refazer.
Mas,.. não de areia…
De pedra e cal
Para durarem
E ainda trazerem
Alegria e paz
A este coração cansado
De tanto dar
E pouco ou nada receber.
Carolina Sá
Ser criança, Hoje…
Bebés tão fofinhos
Rostinhos rosados
Olhitos brilhando!
Mãozinhas de cera
Perninhas gorduchas
Sapatinhos de lã
Cascos quentinhos
Fofos, macios
Com lindos bonecos
Com fitas e laços
Assim vão crescendo…
Assim vão andando…

Há festas, há risos,
Prendas, alegria,
Crianças brincando
Correndo, saltando
Plenas de vida
Cobertas de luz
Cabelos brilhando
As bocas vermelhas
As mãos plenas
De bons chocolates
Brinquedos caríssimos
Jogos,
Ursos de peluche,
Barbies, chorões,
Caminhas, carrinhos,
Mobílias pequenas
Casas completas
P’rás suas bonecas



Bolas de colecção,
Carrinhos, combóis,
Que andam, recuam,
Fazem mil piruetas,
Palhaços, bailarinas,
Livros,
Bicicletas!...

Tanto brinquedo!...
Tanta fartura!
Para tão pouca criança!
Tudo é pago
A preços malucos
Tudo é dado
Para compensar
O amor e carinho
Que os pais ocupados
Não lhes podem dar.
Do tempo partilhado
Da vida vivida,
Das histórias contadas
Na hora do sono
Jã não é a mãe
Já não é o pai…
Há uma caixinha
Com muitos bonecos
Com lindas histórias
A televisão!...

 É magia, é sonho…
Mas fria e distante
Não tem beijos quentes
Mãos carinhosas
Para aconchegar a roupa
Para consolar
Afastar o papão.
Mas, ela está lá…
E a criança agora
Já não tem os carinhos
Os contos, os mimos,
Da criança de outrora.
Carolina Sá


S.O.S.

Sós! Será que estamos realmente sós?
Na Natureza podemos observar
toda a beleza da mão do Criador
e sentir em cada flor, regato, água
e até nos animais todo o seu amor!
Sós, mas sempre acompanhados
por esse Ser invisível
que pôs em nossas mentes
descobrir o impossível                    
e avançar com segurança
sabendo técnicas,
não perdendo a Esperança                          
de que mais além
há sempre algo a descobrir
se tivermos fé e coragem                             
e não quisermos desistir.
O aprender, o cair, o levantar
e sobretudo o não deixar de lutar,
existem no ser humano
desde o nascer ao morrer e fazem             
parte da sua personalidade e existência.
Mas nesta luta muitas vezes desigual       
entre Homem e Natureza
e entre cada animal,
só merece vencer quem não perder o Norte,
quem não temer a morte
e num grito de esperança S.O.S.
em Deus depositar a sua confiança
Amy Dine


Póvoa de Varzim
Mar, rochas, areia
Paus de barracas erguidos no ar
E o vento norte que teima em soprar

Sol, nevoeiro, ronca
Ondas que trepam por cima do cais
E em estrondo rebentam nos areais

Barcos, lua, farol
Ao raiar o dia um a um regressam
E lá no cais as mulheres se apressam

Peixe, canastras, pregões
- Quem quer comprar a sardinha vivinha?
   Olha a marmota que está tão fresquinha!

Cafés, guarda-sóis, bicicletas
E o Passeio Alegre cheio de gente
Andando lesta p’ra trás e p’rá frente

Lojas, lojas, lojas
E na Junqueira pela rua fora
Um mar de gente passa a toda a hora

Luz, cor, alegria
É esta a Póvoa que eu aqui canto
É desta Póvoa que eu gosto tanto.
Amy Dine

Ser poeta
Ser poeta é ser um louco
É falar de tudo um pouco
E nunca estar satisfeito…
É ser assim desse jeito.

P’ra ele a realidade
Não existe na verdade
Vive num mundo só seu
Ou então no de Orpheu

Diz o que lhe vai na alma
Mesmo se fere ou se acalma
Se acaso não tem razão
Navega numa ilusão

Vive no mundo dos sonhos
Do amor colhe os medronhos
Que o seduzem e embriagam
E a sua vida estragam

Em sua mente passa a dor
O sofrimento, o amor,
Paixão não correspondida
E uma vida mui sofrida

P’ra ele o tempo não passa…
Na alegria ou na desgraça
A vida é sempre poesia
Há que viver cada dia
Amy Dine


“FÉ EM DEUS”       

“O que sabemos é uma gota de água,
o que ignoramos é um oceano”
(Isaac Newton)

Olhos fixos no além,
Qual guardião dos pescadores,
Das dores
Do desencanto
Do pão
Do encanto !
A lancha fez-se ao mar,
E as mulheres num lamento,

“O Senhor vos leve a salvamento”.

Passa a barra,
Mãos aos céus.
A vela acompanha as preces,
Ergue-se em direcção a Deus.
Perpassa um alívio
da proa à ré …
Deus é grande !
Ouve-se na ponta do barco,
O que é preciso é ter fé !
E com “ Fé em Deus”
Como alento,
Vão buscar o sustento.
A vela agradecida
Descansa,
Qual criança !
Manuel Craveiro


  LEMBRANÇA
“A vida dos mortos perdura na memória dos vivos.”
(Cícero)

É o nosso mar …
Belo
Manso
Traidor
Feroz
Amigo
Ladrão …
Nunca assumes a responsabilidade !
Tens desculpa para tudo                                                              
És astuto,
Mas … hás-de vir à mão !
Lembras-te da motora “Padre Cruz” ?
Foi há tantos anos !
Era petiz.
Ficaste com os poveiros no teu ventre,
Nunca mais os devolveste,
E à família
Eternizaste a sua Cruz.
Porque insistes em ser assim ?
Os pescadores conhecem-te
Sabes bem.
Abusas da confiança
Continuas a encher a pança.
Eles insistem,
Hoje
Amanhã
Depois,
Porque têm bocas pequenas,
E por elas te desafiam
Aliviando as suas penas.
Que queixa tens desses herois ?
Responde !…
Não ronques.
Juro,
Quando de mansinho vieres à praia
Espreguiçar-te na areia,
Estarei à tua espera.
Então,
Naquele instante,
Dar-te-ei uma tareia !…

Manuel Craveiro



O MAR NA ESPLANADA
“A beleza das coisas está no espírito de quem as contempla”
(David Hume)


Repara.

O que vês ?
Um disco luminoso
Da côr do fogo,
A cair do ar
Lenta
Tranquilamente,
Na nudez longínqua do nosso mar,
Largo
Formoso.
Quanta beleza !
Debruçado na esplanada,
Deixa-te embalar
Pelo sussurrar das ondas
Lambendo as pegadas na areia
Quais seios bamboleantes
De formosa sereia!
Quanta doçura!
Do cheiro forte a maresia,
Surge a ninfa do sargaço
Quais cabelos doirados
Caídos no teu regaço!
Quanta ternura !
Do manto estrelado do céu
Surge a princesa lua
Rodeada por um rosário,

Bela
Doce
Nua !
Quanta candura !
E embalado pelo seu cantar,
Respirando o seu odor,
Iluminado pelo  luar
Adormeceste o meu Amor !

Manuel Craveiro



Amizade
Muitos amigos que passam
Na nossa vida a corre
Não reparamos sequer
Que tínhamos de os compreender

Compreender é a razão
De todo o nosso existir
Quantas vezes precisamos
De alguém para repartir

É dando que se recebe
Diz-nos um grande ditado
Fazemos tudo ao contrário
Queremos tudo dobrado

Dobrado é o nosso lema
Em algumas situações
Quantas vezes não sentimos
Muitas das repreensões

E quantos de outra cor
Raça ou religião
Longe n’algum sitio
Estão em confusão
Domingos Barros

Facilidades
O tempo vai andando
Vejo algo a mudar
Comportamentos altivos
Sem ninguém a respeitar

Tudo é fácil vir â mão
O pior quando se faz
É muita complicação
E ficamos para trás

Perfeição é o que pedimos
A todo o minuto que anda
Sentamos e escutamos
E damos uma desanda

Mas é pegando com mãos
Todo o trabalho é feito
Com delicadeza, sim
Tudo realizado a preceito

Vamos ver se mudamos
Em tudo o que nós somos
Mostrar à nossa volta
Daquilo que nós fomos.
Domingos Barros


Afastamento
Amanhã é outro dia
Será noutro lugar
Outro ar eu sentia
Mesmo antes de entrar

Muitas coisas peço
Algumas de sentir
Para passar o lenço
Antes de despedir

No decorrer do dia
Nesta tarde que mudou
De ter esta mão mais fria
Da distância que estou

Sinto calor intenso
Do afastamento geral
Destas pessoas sinto
Uma situação actual

Apetece-me gritar alto
No ouvido certa gente
Esfregar-lhes no asfalto
Fazê-los sentir diferente.

São pessoas mesquinhas
Sem critério nenhum
São de mentes miudinhas
Que sofrem muito jejum
Certos gestos são altivos
Mostram muita fraquez
Passam a ser os passivos
De trazer certa tristeza
Domingos Barros
  
Poeta, Vem Cantar
Oh, vem, poeta, vem cantar a vida,
Vem ver nascer o sol em cada dia
Vem, enche tua alma de alegria
Com açucenas mil, sempre florida

E quando no afã da tua dor
A noite sem luar surge à porfia,
Já canta o rouxinol, a cotovia,
Trinados para ti, canções de amor

Poemas que se esvrentram das entranhas,
Qual brisa que sussurra das montanhas
Soprando p’las savanas tão serenas

E fico a ouvir a doce melodia
Que inspira e nos dá alma noite e dia
E enche a nossa vida de poemas.

José Sepúlveda


Ternura
De manhã, ao despertar,
De quando em quando,
Abro os olhos com desmando
Para ver teus lindos olhos
Me olhando, me olhando…

E se cedo, muito cedo,
Qualquer sonho me desperta,
Eu corro com afã,
De mente aberta,
Buscando o teu sorriso,
O teu calor,
Que me seduz,
Buscando com fervor
A tua luz,
Que só traduz amor.

O teu sorriso aberto,
Semi-encoberto
Entre os lençóis,
Vai, desperto, penetrando
Lento, lentamente,
No meu pensamento,
Na minha mente.

E quando dou por mim,
Caio perdido,
Entrelaçado
Na ternura
Dos teus braços…
Que loucura, amor!

E o meu corpo, a mente, a voz,
Já não estão sós,
Que alegria,
Que afinal
Eu e tu somos nós,
Ana Maria!

José Sepúlveda

Navegando
Navego nesse mar imenso, infindo,
Ouvindo a doce brisa, o marulhar…
E nessa melopeia vou seguindo
P’ra onde a maresia me levar

No céu, as densas nuvens se esvaindo
Em lágrimas que tombam sobre o mar…
E as forças lentamente vão fugindo,
E sinto-me perdido, a navegar…

Algumas aves voam lá no céu
Sob esse oculto sol, agora breu,
Amedrontadas por me ver penar

E nesta nostalgia peço a Deus
Que venha perdoar pecados meus
Que a vida insiste em não me perdoar…

José Sepúlveda


Seres Sublime!...

(À FAMÍLIA!... maior Célula do AMOR!)

PAIS e IRMÃ, “ FORAM e SÃO ”, a Nossa ALEGRIA!
Os Pilares da Nossa FAMÍLIA!...
Os meus Maiores, AMIGOS e AMORES!
Que Partilhavam, nas Nossas ALEGRIAS e DORES!

Aceitavam as VICISSITUDES e SOFRIMENTOS
Com SERENIDADE e, Sem LAMENTOS
Na Aceitação do SENHOR!...
E, DANDO-NOS Sempre AMOR!...

As Suas Grandes CONSOLAÇÕES,
Eram AMAR!, CONFORTANDO Corações!
E em SEGREDO, Praticarem a CARIDADE!
Pois as Suas Maiores VIRTUDES,
                         [eram a HUMILDADE…

“ FORAM e SÃO ” o Nosso SOL!
                     [a Nossa LUZ de CANDURA!
AS SUAS EXEMPLARES VIDAS!
                                   [aliadas de Ternura!
Enriqueceram de ALENTO e AMOR,
Os que SOFRIAM e VIVIAM na DOR!

“ FORAM ontem, São HOJE e SEMPRE ”,
         DIGNOS FILHOS DE DEUS!... SERES SUBLIMES!...

Helena Maria Simões Duarte

PARTILHAR!...

É SENTIMENTO de AMIZADE, de AMAR!
Sentir com AMOR e ALEGRIA, desejo de PARTILHAR!
DAR de Si, DAR de mim, de Nós, SORRIR…
Como a Luz do SOL, numa FLOR a Florir!
PARTILHANDO a SUBLIME DÁDIVA, no seu Desabrochar!


É Noite, a FLOR Sente PAZ, no Silêncio da Solidão…
E nesta PARTILHA, envolve-se em Viçosa BELEZA!
                                       [que ALEGRA meu Coração!
Meus Olhos, Deleitam-se nesta PERFEITA NATUREZA!
Obra de DEUS Magnânimo,
                    [Criador de Tanta BELEZA!


A FLOR Fenece, ENTRISTECE meu Coração!
Tudo Perece e, SINTO COMPAIXÃO…
FLOR, NATUREZA! AMAR-VOS-EI Sempre, Plena de PAIXÃO!

PARTILHAR, É SER Especial, é Saber Amar de CoraçãO!

Helena Maria Simões Duarte


Meu Mar! És Energia! Vida!

(Ao Mar, da minha cidade da Póvoa de Varzim)

Meu MAR!
                És Energia! Vida!
N’ areia beijada!
E por Ti!
Alimentada,
Na prateada espuma,
De cada uma,
Das Tuas ondas,
                      [Meu MAR!


Meu MAR!
                És Energia, Vida!
Para meu corpo, em Ti!
Se deleitar!
Em Ti!
Meu MAR!


Meu MAR!
Na tua Grandeza! Energia! Poder!
Meu Ser, tem sede de Ti!
Precisa de absorver…
O beber, do teu frescor!
O sabor, do teu vigor!
Que revigora o meu Ser!


Meu MAR!
Em Ti!
Busco
harmonia
Harmonia… no deleite da tua Beleza!
Reflexo da ânsia, em te olhar…
Meu MAR!
DIVINA Natureza!
Alimento de Amor!
Dádiva, do Nosso CRIADOR!...

Helena Maria Simões Duarte



Participação do grupo numa animação promovida para fomentar o comércio na Rua da Junqueira, a mais emblemática Rua da Póvoa de Varzim, com características pedonais.
O Grupo participou na Tertúlia sobre a Rua da Junqueira, que teve lugar na esplanada do Grande Hotel.
Ao fim da tarde, parte dos seus membros disseram poesia, enquadrados na animação que teve lugar na via pública.


O Drama de Sofia


Com a presença de algumas dezenas de pessoas, foi lançada no dia 2 de Abril, na Biblioteca do Diana Bar, a segunda edição de O Drama de Sofia, de Luís Abisague.
A alocução do Dr. Luís Diamantino e da Dra. Ana Lemos da Papiro cativaram os presentes que ali se mantiveram durante mais de uma hora.
Seguiu-se uma concorrida sessão de autógrafos por parte do autor.
O programa esteve recheado de coisas lindas: A saudação poética da Fátima Veloso, a alocução equilibrada do José Maria Carneiro, a narração da história da Ana Maria Sepúlveda, tudo acompanhado por expressivos audiovisuais.
O livro narra a história de Marcos que, ao atingir o ponto alto da sua carreira, descobre que a busca desenfreada pelo sucesso acabaram por ser os principais ingredientes dos conflitos que resultaram num casamento infeliz e culminaram com o reencontro com a sua antiga amada, Sofia, o seu primeiro amor.
Livro impregnado de imagens românticas e poéticas que nos surpreendem e deliciam, em que o autor mergulha no recôndito das suas recordações de menino, transcrevendo com clareza cenas e recantos que viveu na sua infância.
Luís Abisague é natural de Mondim de Basto, aldeia de Bromela, tendo adoptado a Póvoa como a sua terra.
Actualmente encontra-se emigrado em Inglaterra onde, misturado com uma vida árdua de emigrante, continua a produzir os seus escritos, ora em prosa, ora em poesia.
(vai lendo o texto abaixo enquanto ouves o videoclip)
Apelo à leitura da obra apresentada

( ao público leitor)
Escuta o silêncio enquanto lês...
As palavras que os teus olhos percorrem
são murmúrios de um autor/narrador
que te conta baixinho uma história sentida
e escrita com Amor nas páginas sagradas
de um livro fruto da sua Criação.
São segredos escondidos
guardados a sete chaves,
que se libertam suavemente
do lugar mais recôndito da sua alma,
ecos das suas memórias
que o tempo não apagou.
É uma história que te faz levitar...
ficar suspenso e, esquecido de ti...
As palavras que lês, neste livro,
têm o poder de te encantar.
Umas desprendem música e odores,
outras levam-te por clareiras, vales, florestas, 
nuvens, oceanos, paraísos perdidos ...
para outras vidas, outros lugares
e outras ainda têm o poder de tocar
o outro lado do Mundo...
Deixa-te pois, leitor, conduzir
por esse trilho que te conduz
a espaços que não são os teus,
a personagens e a destinos
que jamais imaginaste
e descobre por detrás da cortina
dos bastidores o Drama de Sofia
e vive-o como se ele fora teu...
Escuta... silêncio... escuta

                                               Fátima Veloso
Visite o seu site: www.luisabisague.com










Teve lugar no dia 19 de Fevereiro de 2011, pelas 22 horas, no Bar Cultural da Filantrópica um Sarau de Poesia, no qual participaram: Domingos Barros, Helena Duarte, José Maria Carneiro e José Sepúlveda. 
Como convidados, apresentaram igualmente poemas Ana Maria Sincer e Fátima Veloso que faziam parte da assistência.
Embora a frequência fosse reduzida, foi possível passar ali momentos de muita entrega poética durante as cerca de duas horas que durou o programa.


Porque a vida de poeta

Nos inspira em cada dia,
Trazei papel e caneta
P’ra que haja poesia.

Não deixeis que um sentimento
Vos devore em sua pressa
Pois momento após momento
Nossa vida recomeça.

Ó! canta, poeta, canta,
Cantemos com alegria
Porque nesta noite santa
Tudo canta em poesia

E se o tempo nos acena
P’ra cantar em liberdade,
Silêncio que a nossa Helena
Vai-nos cantar a amizade

Ainda a noite é uma criança,
Ouçamos com alegria
Que a poesia não cansa
Na boca do Zé Maria.


Vamos ouvir mais poemas,
Com certeza que são lindos,
Quero dizer-vos apenas
São da pena do Domingos

Neste silêncio perene
Vivido no nossos lar,
Mais um momento solene
Que o Quim Lopes vai cantar.

Porque aqui no nosso Bar
Já toda a gente se agita,
Silêncio que vai cantar
A minha tão doce Anita.

Pedia a vossa atenção,
Poetas de corpo inteiro,
Vai abrir o coração
O Zé Maria Carneiro

Manda a verdade se diga
Desta forma bem directa
P´ra não irdes na cantiga
Dos versos deste poeta.


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